Estudo confirma! Isso afeta mais sua saúde do que a genética
Quando se fala em saúde e longevidade, muitos de nós tendemos a acreditar que a genética é o fator mais importante. Afinal, o que herdamos de nossos pais e avós tem uma grande influência sobre nosso corpo e nossas predisposições.
Mas, e se eu te dissesse que, na verdade, seu estilo de vida pesa muito mais na sua saúde do que seus genes?
Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Oxford Population Health e publicado com base em dados do UK Biobank trouxe uma revelação surpreendente: fatores ambientais e comportamentais, como alimentação, atividade física, tabagismo e até mesmo a situação socioeconômica, influenciam de forma mais significativa na saúde e no envelhecimento do que a genética.
A análise, que envolveu cerca de 500 mil participantes e 164 variáveis ambientais, demonstra que nosso estilo de vida é o principal responsável pelo risco de doenças e pela longevidade.
Mas o que exatamente esse estudo revela sobre a nossa saúde? Como podemos, de fato, transformar essas descobertas em ações práticas para melhorar nossa qualidade de vida? Vamos entender.

Estilo de vida: o maior influenciador da saúde e longevidade
O estudo realizado com dados do UK Biobank revelou que os fatores ambientais respondem por 17% da variação no risco de morte precoce, enquanto os fatores genéticos, que normalmente associamos a doenças e longevidade, têm um impacto bem menor: apenas 2%.
Isso significa que, ao contrário do que muitos pensam, não é o que herdamos geneticamente que determina o nosso destino, mas sim como escolhemos viver.
Hábitos como fumar, manter-se fisicamente ativo, adotar uma alimentação saudável e, até mesmo, a qualidade das condições em que vivemos, como renda, emprego e moradia, têm uma influência muito maior do que imaginamos.
A pesquisa apontou que o tabagismo, por exemplo, está relacionado a 21 doenças diferentes, enquanto a situação socioeconômica, que inclui fatores como o acesso a serviços de saúde e educação, está ligada a 19 doenças.
Mas o impacto do estilo de vida não se limita apenas ao tabagismo ou à alimentação. A situação socioeconômica, a qualidade de vida no trabalho e até o estresse diário estão diretamente conectados ao risco de desenvolver doenças crônicas e à mortalidade precoce.
Ou seja, a forma como vivemos e nos cuidamos, além das condições que temos, desempenham um papel muito maior do que a genética no desenvolvimento de diversas condições de saúde.
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Ações que podem mudar o jogo: como o estilo de vida influencia na prevenção de doenças
Os pesquisadores não apenas apontaram a importância do estilo de vida, mas também destacaram que mudanças simples, como parar de fumar, praticar exercícios físicos regularmente, controlar o estresse e ter uma alimentação equilibrada, podem reduzir significativamente o risco de desenvolver doenças graves.
A atividade física, por exemplo, demonstrou reduzir o risco de até 17 enfermidades diferentes, incluindo doenças respiratórias, cardíacas e hepáticas, que estão entre as mais sensíveis às condições do ambiente em que vivemos.
Esse dado é revelador, pois muitas vezes não damos o devido valor à prática regular de exercícios, que pode ser um dos maiores aliados na prevenção de doenças crônicas.
Não só isso, mas o estudo também ressaltou que uma boa noite de sono, a moderação do consumo de álcool e a adoção de hábitos mais saudáveis são componentes fundamentais para melhorar a qualidade de vida e aumentar a expectativa de vida saudável.
Além disso, o estudo reforça a importância de políticas públicas focadas na promoção da saúde coletiva, como programas de incentivo à prática de atividades físicas, redução do tabagismo e a melhoria das condições de moradia e emprego, que têm um impacto direto na saúde das pessoas.
Quando esses fatores são aliados a ações individuais, é possível observar uma melhoria significativa na qualidade de vida de uma população.
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O impacto das escolhas individuais e das políticas públicas na saúde
Embora o estudo mostre claramente que as escolhas de vida têm um peso muito maior sobre a saúde do que a genética, ele também destaca que é preciso agir em duas frentes para alcançar uma melhora real: as escolhas individuais e as políticas públicas eficazes.
Por mais que sejamos responsáveis por nossas decisões diárias, como o que comemos, como nos exercitamos e como lidamos com o estresse, o apoio do governo e das instituições também é fundamental para criar um ambiente mais saudável e acessível a todos.
Programas de saúde pública que incentivam o bem-estar e o cuidado preventivo têm um impacto profundo no coletivo.
O estudo sugere que, com um ambiente mais favorável à saúde — com acesso a serviços médicos, moradia adequada, alimentação saudável e espaços para atividade física — as pessoas tendem a viver mais e com melhor qualidade de vida.
Mas, enquanto as políticas públicas não são implementadas da forma ideal, cabe a cada um de nós tomar as rédeas da nossa saúde. Desde a adoção de uma rotina mais ativa até a busca por um ambiente mais equilibrado emocionalmente, cada pequena ação faz a diferença.